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Cambada de talentos
Com os cursos de formação em artes cênicas, novos grupos estão surgindo na cena teatral da cidade. Essa nova geração está vindo com tudo, ansiosos para por em prática tudo o que aprenderam e iniciar suas pesquisas em grupo. Um ótimo exemplo dessa nova geração de talentos é o coletivo Cambada, formado por ex-alunos do curso de artes cênicas do CEFET-CE.
Tudo começou no final de 2006, quando um grupo de alunos (na época) resolveram montar um esquete. Devo ressaltar a importância dos festivais de esquete como espaço para experimentações e ponto de partida para a formação de grupos. Vários coletivos surgiram a partir do FESFORT (Festival de esquetes de Fortaleza) promovido pelo ator Carrí Costa , o FECTA (Festival de esquetes da Cia Acontece) e o Festival de esquetes Bilu & Bila. Pois bem,continuando, o Cambada montou o esquete intitulado "No Ringue", que estreou em 2007, mostrando no palco um programa televisivo,onde dois atores disputam um jogo de improviso, e, para ganhar, utilizam dos piores estereótipos possíveis. "Após alguns festivais de esquetes e outras apresentações esporádicas, consolidou-se a vontade de formar um grupo", conta Andrei Bessa, diretor do Cambada. Andrei explica que o nome do coletivo é um reflexo dos componentes, que também atuam em outras áreas como fotografia e audiovisual, e, na dúvida entre denominar companhia ou grupo, optaram por uma Cambada, um coletivo em que os integrantes desenvolvem suas pesquisas artísticas e transubstanciam linguagens.
Com o surgimento do coletivo e com a experiência de No Ringue, o Cambada investe numa pesquisa sobre a televisão, que se desenvolve e resulta nos trabalhos: Recém Casados (esquete), Rotoentreteniment LiquidificaZoom (performance) e o espetáculo Controle, uma sátira de vários programas televisivos, todos em 2008.
Em pouco tempo, o Cambada participou de vários festivais, apresentando seus trabalhos nos principais palcos da cidade e apresentações no interior do estado e na Paraíba. No currículo do Cambada, prêmios de direção, ator, ator coadjuvante, prêmio especial de pesquisa e júri popular.
Além do teatro, alguns integrantes trabalham com fotografia e estão em fase de finalização do seu primeiro curta metragem intitulado Ninja Animal.
Atualmente o Cambada encontra-se com dois processos. O primeiro é a trilogia infantil "Faz de Conta e o segundo trata-se de uma pesquisa gradativa, focada na multiplicidade dos signos teatrais, que já resultou nos esquetes [Sem] Meio Termo e Gestalt, que inicia uma pesquisa em teatro físico centrado no trabalho de Myerhold.
Assim como o Cambada, outros grupos estão aí, mostrando seus trabalhos e acontecendo, experimentando formas e vivenciando a dor e a delícia dessa arte.
É isso aí Cambada, vamos lá!