Segue algumas fotos dessa primeira (e curta) temporada, todas de Levy Mota (http://levymota.com.br/)
domingo, 28 de agosto de 2011
Otelo: estréia
Finalizamos nosso final de semana de estréia. Agora é recolher depoimentos e energia vindo do público - e que público maravilhoso -, para nos prepararmos para futuras apresentações. Agradecemos a todos que estiveram presentes nesses três dias, que compartilharam desse momento tão especial para nós. Aos que não conseguiram assistir ao espetáculo, informamos que em breve teremos novidades sobre futuras apresentações.
Segue algumas fotos dessa primeira (e curta) temporada, todas de Levy Mota (http://levymota.com.br/)
Segue algumas fotos dessa primeira (e curta) temporada, todas de Levy Mota (http://levymota.com.br/)
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Contemporâneo na medida
Diário do Nordeste - Caderno 3 - 26/08
No Theatro José de Alencar, o Coletivo Cambada prepara o terreno para mais uma estreia: Otelo, de Sha- kespeare, recebe da companhia uma bem cuidada adaptação
Aderbal Freire Filho, um dos nomes consagrados do teatro cearense disse uma vez que os textos de Shakespeare eram ainda hoje encenados não por serem clássicos, mas por serem atuais. Seus temas remetem a circunstâncias e sentimentos tão próprios à natureza humana, que podem ser montados atualmente, apesar de datarem de 1604, por exemplo.
Esse foi o novo desafio assumido pelo Coletivo Cambada, formado por ex-alunos do curso superior de Artes Cênicas do Instituto Federal do Ceará (IFCE): montar a peça "Otelo, o Mouro de Veneza".
AdaptaçãoMas, ao invés de investir em uma montagem tradicional, resolveram trazê-lo para o contemporâneo; e, ao invés de explorar o ciúme e o racismo presentes na saga do mouro, optaram por focar na capacidade de manipulação de Iago, um dos principais personagens. Mudanças significativas, que imprimiram no clássico a personalidade do grupo.
"As montagens de Otelo geralmente enfocam o ciúme. Nós quisemos investir na manipulação, na vingança, na falsidade e na percepção de que todos nós possuímos nossas doenças. Para nós, Otelo não é o herói, todos possuem suas imperfeições", teoriza Andrei Bessa, um dos integrantes do elenco.
O espetáculo levou um ano para ser desenvolvido e, durante o processo, o grupo reescreveu o texto pelo menos três vezes e fez aulas de preparação corporal para investir em coreografia. "Já tínhamos feito no IFCE uma cena de dança e teatro sobre as duas principais tragédias românticas de Shakespeare: ´Otelo´ e ´Romeu e Julieta´. A segunda é muito interessante, mas ´Otelo´ nos encantou. Desde então estamos estudando a obra", comenta Andrei.
Zelo
A personalidade de um espetáculo é forjada não apenas por texto, figurino, iluminação ou sonoplastia. Até mesmo a escolha do diretor adianta o que se pode esperar da montagem. Nesse caso, pode-se dizer que o Coletivo Cambada fez excelentes escolhas ao longo do processo.
Além, logicamente, da qualidade dos atores em cena (apesar da pouca idade de todos), o convite de direção feito a João Andrade Joca levou à montagem um aspecto gostoso, típico do Theatro José de Alencar, local onde deverão se apresentar.
As soluções encontradas para o espetáculo lembram muito os trabalhos que vêm sendo assinados por Joca no TJA e mesmo algumas montagens do Curso Princípios Básicos que sequer foram dirigidas por ele, mas que adotam uma personalidade "do Alencar".
Essa impressão talvez venha do tempero de contemporâneo presente na expressão corporal (trabalhada pela coreógrafa Jacqueline Peixoto e pelo ator Jonathan Pessoa, que interpreta Otelo) e na preparação do palco, que de forma alguma anula o sabor do clássico. Tudo na medida certa. Posições, intenções de fala, tudo suave, natural e muito bem preparado. Isso não quer dizer que o Coletivo tenha perdido sua identidade. Muito pelo contrário. Fato é que ela esta lá e fez excelente par com o jeito Joca de fazer teatro.
O que se pode considerar ao assistir a um ensaio é que, em um ano, a equipe conseguiu superar o acerto do básico e partir para preocupações mais complexas, como os modos de fazer o público compreender as circunstâncias não só a partir da fala mas da expressão corporal dos atores: do olhar, do sorriso. Como nos disse Andrei: "Quisemos fazer um teatro para ser visto e não só ouvido".
A quem for conferir "Otelo", em curta temporada, uma prévia: prepare-se para saborear um teatro profissional.
No Theatro José de Alencar, o Coletivo Cambada prepara o terreno para mais uma estreia: Otelo, de Sha- kespeare, recebe da companhia uma bem cuidada adaptação
Aderbal Freire Filho, um dos nomes consagrados do teatro cearense disse uma vez que os textos de Shakespeare eram ainda hoje encenados não por serem clássicos, mas por serem atuais. Seus temas remetem a circunstâncias e sentimentos tão próprios à natureza humana, que podem ser montados atualmente, apesar de datarem de 1604, por exemplo.
Cena do espetáculo "Otelo", do Coletivo Cambada. O texto de William Shakespeare leva ares contemporâneos na adaptação da companhia |
AdaptaçãoMas, ao invés de investir em uma montagem tradicional, resolveram trazê-lo para o contemporâneo; e, ao invés de explorar o ciúme e o racismo presentes na saga do mouro, optaram por focar na capacidade de manipulação de Iago, um dos principais personagens. Mudanças significativas, que imprimiram no clássico a personalidade do grupo.
"As montagens de Otelo geralmente enfocam o ciúme. Nós quisemos investir na manipulação, na vingança, na falsidade e na percepção de que todos nós possuímos nossas doenças. Para nós, Otelo não é o herói, todos possuem suas imperfeições", teoriza Andrei Bessa, um dos integrantes do elenco.
O espetáculo levou um ano para ser desenvolvido e, durante o processo, o grupo reescreveu o texto pelo menos três vezes e fez aulas de preparação corporal para investir em coreografia. "Já tínhamos feito no IFCE uma cena de dança e teatro sobre as duas principais tragédias românticas de Shakespeare: ´Otelo´ e ´Romeu e Julieta´. A segunda é muito interessante, mas ´Otelo´ nos encantou. Desde então estamos estudando a obra", comenta Andrei.
Zelo
A personalidade de um espetáculo é forjada não apenas por texto, figurino, iluminação ou sonoplastia. Até mesmo a escolha do diretor adianta o que se pode esperar da montagem. Nesse caso, pode-se dizer que o Coletivo Cambada fez excelentes escolhas ao longo do processo.
Além, logicamente, da qualidade dos atores em cena (apesar da pouca idade de todos), o convite de direção feito a João Andrade Joca levou à montagem um aspecto gostoso, típico do Theatro José de Alencar, local onde deverão se apresentar.
As soluções encontradas para o espetáculo lembram muito os trabalhos que vêm sendo assinados por Joca no TJA e mesmo algumas montagens do Curso Princípios Básicos que sequer foram dirigidas por ele, mas que adotam uma personalidade "do Alencar".
Essa impressão talvez venha do tempero de contemporâneo presente na expressão corporal (trabalhada pela coreógrafa Jacqueline Peixoto e pelo ator Jonathan Pessoa, que interpreta Otelo) e na preparação do palco, que de forma alguma anula o sabor do clássico. Tudo na medida certa. Posições, intenções de fala, tudo suave, natural e muito bem preparado. Isso não quer dizer que o Coletivo tenha perdido sua identidade. Muito pelo contrário. Fato é que ela esta lá e fez excelente par com o jeito Joca de fazer teatro.
O que se pode considerar ao assistir a um ensaio é que, em um ano, a equipe conseguiu superar o acerto do básico e partir para preocupações mais complexas, como os modos de fazer o público compreender as circunstâncias não só a partir da fala mas da expressão corporal dos atores: do olhar, do sorriso. Como nos disse Andrei: "Quisemos fazer um teatro para ser visto e não só ouvido".
A quem for conferir "Otelo", em curta temporada, uma prévia: prepare-se para saborear um teatro profissional.
Otelo e desdemona em cena: a história nunca antiga de amor, ciúmes, intriga e racismo fará curta temporada no TJA |
domingo, 21 de agosto de 2011
OTELO - estréia 26 de agosto
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OTELO
Amor, ódio, inveja, ciúme, intriga e racismo são temas que tornam atual Otelo – O Mouro de Veneza, de Shakespeare. Uma tragédia romântica que tem inspirado artistas em releituras no teatro, na dança e no cinema há mais de 400 anos.
OTELO, na versão do Coletivo Cambada, expõe as artimanhas de Iago num jogo de ações em que o teatral é explorado por meio da corporeidade e do minimalismo para deflagrar os instintos das personagens.
26, 27 e 28 de agosto
19 horas
Theatro José de Alencar
R$ 20,00 / R$ 10,00 (na doação de 1 quilo de alimento não perecível, paga-se o valor da meia entrada)
domingo, 14 de agosto de 2011
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