Para meditar,
o homus modernus ocidentalis
cruza as pernas, deixa as costas eretas
os braços relaxados, concentra a atenção num ponto
e, assim imóvel em pensamento e ação,
liga a televisão Ulisses Tavares
Imagem e som juntos em um bombardeio de informação. Essa definição pode ser usada tanto para o teatro, quanto para a televisão. A instantaneidade da comunicação é inerente para as duas linguagens. Porém as diferenças são claras: a televisão é um instrumento de comunicação de massa, consegue se comunicar com todo o grande público; já o teatro, consegue fazer com que o espectador seja elemento de um diálogo real, com ações e reações relevantes.
Pensando nisso, Controle junta as duas linguagens: usa da comunicação popular e a capacidade crítica. A fim de levantar questionamentos sobre a postura inerte do público diante do conteúdo televisivo.
A linguagem televisiva vem como apoio para atrair o público, conquistando uma empatia. Como elementos surpresas, os questionamentos vão se fazendo presentes e o espectador adquire a consciência a partir de um mecanismo que não esperava. Nesse processo, usamos do humor para fazer com que essa comunicação chegue mais próxima possível do público, assim gerando o riso.
O palco representa uma emissora de televisão, na qual vários programas são ofertados aos “telespectadores”. Com a programação semelhante aos modelos atuais, o resultado são quatro quadros que fazem alusão a programas de televisão de diferentes gêneros (“Tutti&Frutti” – programa infantil; “Recém Casados” - sit.com nos moldes americanos; “Os idiotas também choram” - telenovela mexicana, e “No Ringue”, programa de auditório) entrecortados por intervenções em audiovisual para remeter aos intervalos comerciais.
PRINCIPAIS APRESENTAÇÕES
2010 - Temporada no Sesc Emiliano Queiroz (junho) 2009 - XVI Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga; Temporada no Centro Cultural Banco do Nordeste: Fortaleza (Janeiro), Juazeiro do Norte-CE (Abril) e Sousa-PB (Abril); Temporada no Centro Cultural Bom Jardim (Janeiro). 2008 - Temporadas no Teatro Sesc Emiliano Queiroz (agosto e setembro)
Eu paro tudo
Eu paro de pensar
Só pra ficar te olhando Televisão
A televisão, presente em quase totalidade dos lares brasileiros, prova-nos ser um meio de comunicação de massa com poder inquestionável, uma vez que é presente na rotina das pessoas. Ela saiu da esfera de um bem de consumo, tornando-se elemento de valor cultural.
Isso aponta a necessidade de discutir os efeitos provenientes do bombardeio de informação, que desfoca o olhar dos telespectadores em detrimento daquilo que realmente merece atenção do grande público.
A criticidade ante aos programas televisivos não é acontecimento isolado às salas eruditas de critica de arte, ou aos nichos que renegam a televisão como forma de entretenimento e comunicação da grande massa. No próprio veículo encontramos programas que satirizam e utilizam o humor para refletir o veiculado na rede de televisão aberta. No período de pré-concepção de Controle, muito fora estudado, dentre alguns, a TV Pirata, consagrado programa humorístico da década de 80.
Durante o espetáculo, expomos ao público uma típica grade de programação de TV. O humor satírico promove a identificação dos arquétipos televisivos agora desconstruídos. Ao transportarmos a linguagem televisiva para a caixa cênica, percebemos uma reação questionadora por parte do público acerca da temática e estética exposta na televisão; contudo, sem deixar de se divertir.
A televisão, presente em quase totalidade dos lares brasileiros, prova-nos ser um meio de comunicação de massa com poder inquestionável, uma vez que é presente na rotina das pessoas. Ela saiu da esfera de um bem de consumo, tornando-se elemento de valor cultural.
Isso aponta a necessidade de discutir os efeitos provenientes do bombardeio de informação, que desfoca o olhar dos telespectadores em detrimento daquilo que realmente merece atenção do grande público.
A criticidade ante aos programas televisivos não é acontecimento isolado às salas eruditas de critica de arte, ou aos nichos que renegam a televisão como forma de entretenimento e comunicação da grande massa. No próprio veículo encontramos programas que satirizam e utilizam o humor para refletir o veiculado na rede de televisão aberta. No período de pré-concepção de Controle, muito fora estudado, dentre alguns, a TV Pirata, consagrado programa humorístico da década de 80.
Durante o espetáculo, expomos ao público uma típica grade de programação de TV. O humor satírico promove a identificação dos arquétipos televisivos agora desconstruídos. Ao transportarmos a linguagem televisiva para a caixa cênica, percebemos uma reação questionadora por parte do público acerca da temática e estética exposta na televisão; contudo, sem deixar de se divertir.
Com uma mistura de linguagens televisiva e teatral, o grupo Cambada estréia nos palcos com o espetáculo ´Controle´, em cartaz nos fins de semana de agosto, no Teatro Sesc Emiliano Queiroz
Uma atração teatral ou um espetáculo para encenar na TV? Com o desejo de unir as diversas linguagens artísticas o Cambada - grupo de artistas formados em Artes Cênicas pelo Cefet-CE - estréia seu primeiro espetáculo, chamado ´Controle´, hoje, no Teatro Sesc, permanecendo em cartaz nos fins de semana de agosto.
A peça é composta por quatro esquetes - ´No Ringue´, ´Tutti & Frutti´, ´Recém Casados´ e ´Os idiotas também choram´ - escritas, produzidas, interpretadas e dirigidas por todo o grupo, atualmente contando com sete integrantes.
Paródia televisiva
Segundo um deles, Andrei Bessa, ´Controle´ brinca com o universo televisivo ao mostrar os bastidores dos programas, desconstruir a imagem que a televisão tem e até mesmo parodiar os clichês. Mas, além de algumas gargalhadas, o grupo quer também provocar questionamentos, reflexão.
´A expectativa é muito boa porque a gente veio se apresentando com algumas dessas esquetes em vários festivais, mas agora estamos formando um nome como grupo com esse trabalho´, afirma Andrei, ator, produtor e diretor.
A peça começou a ser montada em setembro de 2006, com ´No ringue´. ´Uma colega achou o texto de um autor australiano e, depois de fazermos várias pesquisas, montamos uma adaptação bem engraçada. No original, seriam 12 personagens. Na nossa temos só cinco´, diz Andrei.
Logo depois vieram ´Tuti-fruti´ (uma espécie de programa infantil), ´Recém-casados´ (uma paródia dos seriados norte-americanos) e ´Os idiotas também choram´ (numa referência direta à novela ´Os ricos também choram´ - 1ª produção mexicana que veio ao Brasil).
´No processo de ´No ringue´, percebemos que dava p´ra adaptar a linguagem televisiva e colocar no teatro. Ela era rica o suficiente para montar um espetáculo inteiro. Até que chegamos a esse formato que está hoje´, explica o diretor.
No controle
O processo de montagem do espetáculo começou em abril. Mesmo com poucos apoios e patrocínios, a vontade de produzir a peça foi mais forte. Além das esquetes, o grupo traz ainda nos intervalos intervenções em audiovisual com o intuito de levantar alguns questionamentos. No final, o público se depara com a seguinte questão: quem está com o controle na mão tem mesmo o poder?
Mais informações:´Controle´ - Espetáculo do grupo Cambada, em cartaz no Teatro Sesc Emiliano Queiroz (Av. Duque de Caxias, 1701) aos sábados e domingo de agosto (9, 10, 16, 17, 23 e24), às 20h. Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). (8727.2593)
Com os cursos de formação em artes cênicas, novos grupos estão surgindo na cena teatral da cidade. Essa nova geração está vindo com tudo, ansiosos para por em prática tudo o que aprenderam e iniciar suas pesquisas em grupo. Um ótimo exemplo dessa nova geração de talentos é o coletivo Cambada, formado por ex-alunos do curso de artes cênicas do CEFET-CE.