terça-feira, 18 de outubro de 2011

faz de contas...

QUEM TEM MEDO DO ESCURO?
Direção de Andrei Bessa
com Jonathan Pessoa e Walmick Campos

Porém menino sonha demais
Menino sonha com coisas
Que a gente cresce e não vê jamais
Nelson Rufino


Foto de Levy Mota

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Otelo - Lanternas de Shakespeare

por Dalton Braz - 29/08/11


Sombras iluminadas por lanternas. Tecidos, véus.
Falas iniciais controladas. Corpos elaborados, construídos a espera da emoção.
Vozes...

A fluidez de Iago.
A sua covardia, sua fala hábil, mole e enganadora.
Serpente envolvente que aprisiona e destrói.
Foram ludibriados por sua saliva viscosa e preta.

A fala de Desdêmona é doce.
A atitude de Otelo é vigorosa.
O lençol de seda que os une ainda é leve e cheira a aproximação.

Iago, confiável amigo, engana Otelo que acredita na união improvável de Cássio e Desdêmona.
Ciúme, planta rasteira que sufoca, prende e mata as aves migratórias do peito.
Desperta animalidade, rasga a racionalidade, deixa a voz baixa; aproxima os bichos sanguinários
e torpez da mente.

O roubo do véu e a dança de posse entre Iago e Emília. Imagética certa e sensual.
Depois, o véu envolve a prostituta leve e acostumada ao ofício.

Para Otelo, o véu é pesado, escuro, cheira a cama e odores baixos.
Delírio sem braço, sem mão, polvo de braços sufocantes.
Desdêmona fica imóvel, fria mas quente de amor.
Otelo frio, imóvel e repleto de arrependimento e lágrimas.

O desespero cego de Emília ilumina o mal entendido.
Enquanto, a lâmina amolada encontra o corpo do negro Otelo.
O sangue não é suficiente. A morte não é suficiente.
O Amor e a morte próximos com suor e corpo , vela e a escuridão.

Ciúme fundo de Otelo. Poço sem fim, vale escuro, zona abissal.
Ciúme inconseqüente e sem luz.
No fim, a lanterna não ilumina. Apaga-se e engole a alma do Mouro.

sábado, 15 de outubro de 2011

Otelo: frutos e flores

Com poucas apresentações, conseguimos estabelecer um diálogo com o público e com amigos do ofício.


Entre tantos textos, aos poucos vou registrar por aqui, gostaria de começar com dois deles que nos chegaram nesses últimos dias e estão disponíveis na rede.


Eu... vou contar exatamente como foi, de Silvero Pereira


"No último fim de semana esteve em cartaz Otelo do Coletivo Cambada. Em cena uma das famosas tragédias de Shakespeare, mas não uma clássica shakespeariana, pois nesta o que existe é uma tragédia doméstica, não estão em questões os problemas nacionais, fantasmas não saem de seus túmulos, não chove sangue, não há alívio cômico, não há subtramas e a ação acontece por meio de reações a um único personagem, Iago. Essa síntese é o primeiro plano da montagem do Cambada, com exceção do alívio cômico que entra, mas ainda sem propriedade suficiente, tímido. A assinatura do diretor João Andrade Joca é evidente nos corpos, na preparação, na composição e nos signos expostos. Entretanto, e fundamental, é a forte presença do próprio Cambada na cena, fortalecendo a nítida percepção da existência do diálogo entre atores e diretor. O espetáculo não é o que se pode chamar de “clean”, ele é “essência”, o que provavelmente tenha sido um dos grandes desafios, pois a dramaturgia é construída muitas vezes na passagem de tempo refletida nos corpos e na utilização da luz, sendo esta última um dos pontos mais altos da encenação. Shakespeare está vivo, é pulsante e em vários momentos ele grita ao público sua existência, sua presença viva. Seu texto é para fechar os olhos, enxergar a alma e chorar, motivo que se faz sair de casa e escolher teatro – a cidade está lá fora, onde tudo acontece. Eu estou aqui dentro, onde tudo ME acontece."


LEIA NA ÍNTREGA

Anacrônico Otelo, de Danilo Castro


"Otelo - O Mouro de Veneza, de William Shakespeare, ganhou nova roupagem no trabalho do Coletivo Cambada, que criou um clássico fora do tempo. É um texto tradicionalíssimo, numa estrutura dramática conservadora (apresentação-coerência-nó-clímax-desenlace) e que nos leva à catarse aristotélica muitas vezes negada ou repudiada pelo teatro contemporâneo. Isso porque às vezes “falta um domínio do teatro tradicional. As pessoas experimentam sem conhecer o que veio antes, então fica um pouco falso, apenas ilusoriamente experimental. Há uma preocupação em ser original que fica superficial”, disse Bárbara Heliodora numa entrevista para a Folha."


LEIA NA ÍNTREGA

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

VII Festival de Teatro de Fortaleza

12 de outubro - Sesc Iracema
Fotos de Sol Coêlho.













segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Apresentação para o Dia das Crianças

O espetáculo Quem tem medo do escuro? fez uma apresentação na comemoração do Dia das Crianças da Escola Municipal Prof Antonieta Cals....

Lembrando que dia 12 de outubro tem OTELO no VII Festival de Teatro de Fortaleza.












segunda-feira, 3 de outubro de 2011

OTELO - 19/set na Vila das Artes

Enquanto não coloco fotos das apresentações que fizemos esse final de semana no Sesc Iracema, segue o registro do ensaio aberto/desmontagem que fizemos dia 19 de setembro na Vila das Artes - onde depois tivemos um bate papo maravilhoso com o público (obrigado a todos que estiveram presentes).

Não esqueça, dia 12 de outubro tem OTELO dentro do Festival de Teatro de Fortaleza.

É isso aí!







 
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